Ler a História
Escurinha de Sol vivia com sete gigantes numa casinha engraçada. Os sete gigantes eram jogadores de basquete e Escurinha de Sol trabalhava que se fartava em teletrabalho, o que quer dizer que trabalhava em casa, a partir do computador. Dava aulas à distância. E ainda cozinhava para todos porque os sete gigantes só sabia abrir latas de atum e mesmo assim com ajuda. Escurinha, dá aqui uma mãozinha. E por favor, coze um esparguete, coze um arroz, coze umas batatas, cose estas meias que eu rompi quando saltava para o cesto naquele jogo com os gigantes do norte.
Agora que passavam mais tempo em casa, Escurinha de Sol também dava aulas aos sete gigantes. Como cozinhar, como comer com bons modos à mesa, sim que eles às vezes pareciam sete trabalhões, como fazer a cama, varrer, limpar, e sobretudo como lavar as mãos. E com as mãos bem lavadas lavar a cara, o pescoço, as orelhas, o corpo todo até ao mais pequenino dos dedos do pé, o último a contar de quem vai daqui para ali ou de quem vem de lá para cá. A casinha engraçada estava a ficar cada vez mais engraçada, limpa e asseada. Repartiam tarefas, o que quer dizer que todos juntos faziam tudo para viverem melhor.
Nesta casa engraçada/ somos todos asseados/ com a cara bem lavada/ e os corpos bem lavados.
Um dia bateram à porta, truz truz. Sou eu o príncipe encantado, estou apaixonado. Quero ver a Escurinha de Sol.
Nem tentes, disse a Escurinha, e se me queres ver toma lá um retrato.
E meteu a foto por debaixo da porta.
Depois, pela janela, os sete gigantes atiraram sete pacotes aos príncipe:
São sabonetes. Lava bem as mãos e tem paciência. O príncipe foi para casa lavar-se e esperar. Mas esperou tão bem cheiroso que dava gosto cheirá-lo, se pudéssemos visitá-lo.
Alexandre Honrado
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